Guia de Visita

TVS DE BOLSO

Desde os anos 60 que Clive Sinclair teve a obsessão de produzir televisores de bolso, mas só nos anos 70 lançou os primeiros modelos. Em exposição temos diversos modelos dessa década, bem como dois exemplares da FTV dos anos 80 com ligeiras diferenças. Um deles, o que está mais à frente veio diretamente de Sir Clive Sinclair. Chegou a nós oferecido pelo Eng. Carlos Mania Nogueira, dono da Landry, o primeiro importador dos computadores da Sinclair em Portugal que nos contou que o recebeu em mãos em Londres, do pai de Sir Clive Sinclair, a pedido do filho, a quem o Eng. Maia Nogueira tinha oferecido umas caixas que fez para o computador Sinclair ZX81.
Clive Sinclair começou a pensar em televisores de bolso ainda nos anos 60. Na altura isto levantava dificuldades técnicas muito relevantes em termos de como alimentar o tubo de raios catódicos (CRT; além da dificuldade de encontrar versões miniaturizadas dos mesmos). Não obstante, em 1966, com CRTs da Hitachi, a Sinclair apresentar um protótipo de uma TV miniatura chamada Microvison. Por todas as dificuldades envolvidas e a evolução natural tecnológica, acabou por nunca ser produzida apesar de anunciada como disponível em 1967.
Em 1976, nos Estados Unidos, é lançada a primeira televisão da Sinclair, novamente chamada de Microvision TV1A. O CRT foi produzido pela AEG Telefunken e muito do restante hardware foi desenvolvido à medida para a Sinclair. O preço exorbitante de $400 direcionou-a para um público empresarial / executivos – pouco comum para a Sinclair. Trata-se uma televisão naturalmente a preto e branco que pode funcionar a bateria ou ligada à corrente. Suportava VHF e UHF e suportava os 3 principais standards de TV que cobriam a maioria dos países. O tempo de produção revelou-se longo e as encomendas acumularam-se. Quando finalmente a Sinclair já estava a produzir 4.000 unidades / mês as encomendas acabaram e acumulou-se o inventário que se traduziram num prejuízo de quase meio milhão de libras que felizmente a empresa ainda conseguiu incorporar.
No Outuno de 1978 foi lançada a melhorada TV1B que Clive Sinclair achava que iria ser a salvadora da situação. Por outro lado, fez-se também a TV1C e TV1D que eram respetivamente variantes americanas e europeias para trabalhar com outros sistemas de TV de alguns Países. Foi ainda produzido um mini-monitor (sem sintonia, portanto), o Mon1A, baseado no hardware do TV1A.
Em Julho de 1979 o NEB (que tinha entrado na empresa após o fiasco do Black Watch) fartou-se e forçou o Clive Sinclair a sair da Sinclair Radionics. Os direitos da TV1B foram vendidos a Binatone mas o produto desapareceu rapidamente.
A última TV lançada por Clive Sinclair surge no boom da computação que Sir Clive via como forma de financiar outros produtos como as televisões de bolso ou o C5. As receitas alcançadas com o Spectrum permitiram-lhe financiar o desenvolvimento de mais um modelo, a TV80 (custava 80£) ou mais conhecida como Flat Screen TV (FTV), que já não utilizava um CRT normal, mas sim algo desenvolvido à medida. Lançada em 1984, num investimento de cerca de 4M£, estima-se que se tenham vendido 15.000 unidades o que não surpreende com a generalização de tecnologias alternativas como os LCDs.
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