Guia de Visita

Nesta seção temos um Spectrum desmontando e diversos Aparelhos de Medida da Sinclair.

Após ver esta seção, a visita continua pelo corredor em direção à saída.

APARELHOS DE MEDIDA

APARELHOS DE MEDIDA
Apesar de com pouco destaque (e até interesse por parte do Clive Sinclair), mas nos anos 70 a Sinclair Radionics também desenvolveu um conjunto de aparelhos de medida digitais. Foram lançadas 6 versões de multímetros: DM1 (1974) e DM2 (1975); PDM35 (1977); DM235 (1978), DM350 (1978) e DM450 (1978). Foi lançado um Medidor de Frequência; PFM200 (1979) e também um Osciloscópio C110 (1979). Todos exceto o DM1 estão em exposição.
Curiosamente, sendo uma área pouco dada à inovação como as outras mais conhecidas, o que é certo é que após os problemas de produção do DM1, criaram uma reputação de solidez e estabilidade.
Quando o Clive Sinclair saiu da Sinclair Radionics em 1979, o National Enterprise Board criou uma nova empresa, temporariamente chamada de Sinclair Electronics que foi depois renomeada Thandar. A Thandar cresceu para ser um fabricante sólido de aparelhos de medida digitais e ainda hoje opera no mercado sob o nome Thurlby-Thandar Instruments (https://www.ttid.co.uk/)
Todos os aparelhos que temos em exposição são da Sinclair ou da Thandar (no período contemporâneo com o Spectrum) ou ainda de marcas brancas produzidas por eles (ex: RadioShack).

Destaca-se ainda no centro do expositor vertical um Multimetro digital que pertencia à coleção do Italiano Enrico Tedeschi (ver artigo – que adquirimos há uns anos).

REALUX

A secretária que observamos tem história. É uma secretária de relojoaria de uma antiga fábrica em Cantanhede da Realux. Tendo o tema dos computadores uma ligação próxima aos relógios (veja-se por exemplo a Timex) e sendo Cantanhede uma terra de ourives e relojoeiros, fazia todos o sentido que a nossa bancada de trabalho para pequenos workshops ou reparações fosse algo da região. Assim, é com satisfação que vemos também este objeto ganhar uma nova vida, servindo de banca de trabalho onde temos equipamento para soldar/dessoldar, um multímetro, uma televisão (a preto e branco) e um monitor (a cores). Estes equipamentos permitem-nos fazer pequenas reparações ou testes a equipamentos que os visitantes nos tragam com pedidos de ajuda para os colocar em funcionamento.

ENRICO TEDESCHI
Enrico Tedeschi foi um Italiano que se mudou para Inglaterra e era um grande colecionador de todas as coisas Sinclair e Marconi. De alguma forma foi a primeira pessoa a tentar fazer um museu dedicada à Sinclair (e Marconi), em Brighton em Outubro de 1993. É reconhecido ao Enrico também um outro grande mérito, o de ter salvo a coleção Marconi que graças a uma campanha que ele liderou não foi leiloada e hoje está com a Universidade de Oxford em Inglaterra.
O Enrico lançou em 1996 um scrapbook (livro de recortes, caseiro) chamado Sinclair Archeology com todo o tipo de informação e publicidade da época dos produtos da Sinclair que se encontra online no site Sinclair Collection Blog, do amigo Didier Luth, e que podemos obter aqui. Sir Clive terá gostado tanto do trabalho que fez uma surpresa ao Enrico colocando um agradecimento na capa do jornal local agradecendo ao Enrico pelo seu livro.
Sir Clive visitou também a exposição e terá doado diversos objetos incluindo modelos de produtos que se tornaram depois ícones das suas empresas. Infelizmente, com o falecimento do mesmo em 2014 (com 74 anos) o mesmo encerrou e a coleção foi vendida aos bocados tendo sido perdido o rasto de muitos dos objetos. Alguns amigos colecionadores ingleses como Mark Smith e até o Rick Dickinson tentaram adquirir algumas das peças. Um multímetro da coleção é supostamente o modelo não identificado que temos no expositor vertical nesta seção.
O legado e o exemplo do Enrico Tedeschi continuam e de alguma forma no nosso trabalho também tentamos homenagear o mesmo. Numa entrevista o Enrico disse algo com que nos identificamos: “O colecionismo não deve ser o acumular do maior número possível de artefactos, mas principalmente servir para a investigação e compreensão de como, quem, porquê e como inventou e produziu algo e o impacto social que isso teve na vida de milhões de pessoas. Colecionar deve ser uma forma de aprendizagem, crescimento e melhoria pessoal e não apenas um hobby ou investimento”.
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